Fertirrigação: como funciona e quais os benefícios para a lavoura?

Fertirrigação

A busca por novas tecnologias e práticas de manejo devem fazer parte da rotina de produtores que buscam mais eficiência, qualidade e produtividade para sua lavoura. Nesse sentido, a fertirrigação é uma técnica que pode ser adotada para otimizar os resultados da produção agrícola.

A aplicação direta no solo é a prática mais comum quando falamos no uso de fertilizantes. A técnica traz excelentes resultados quando realizada da maneira correta, mas o uso da fertirrigação também pode trazer importantes benefícios. Continue a leitura e saiba mais sobre esse método!

O que é fertirrigação?

A fertirrigação é uma técnica de adubar a lavoura por meio da irrigação. O método utilizado é praticamente o mesmo da irrigação. Ou seja, ocorre a rega das plantas a partir de uma técnica controlada, oferecendo água na quantidade ideal, no momento certo e no local apropriado para garantir mais produtividade e qualidade à lavoura. 

A diferença é que, além de água, a fertirrigação também transporta os fertilizantes que serão usados na lavoura. Para isso, pode-se utilizar fertilizantes líquidos ou sólidos diluídos em água. Neste último caso, é necessário garantir que o produto seja facilmente solúvel por meio de técnicas como o gotejamento e a microaspersão.

O gotejamento é o sistema mais indicado, uma vez que os gotejadores são posicionados exatamente na área de concentração do sistema radicular das plantas. Consequentemente, é possível obter um melhor aproveitamento dos fertilizantes.

A fertirrigação pode ser utilizada em qualquer tipo de solo. O único ponto que deve ser observado é o balanceamento do pH. Esse cuidado é necessário para que não seja feita uma diluição muito concentrada, o que poderia prejudicar o solo.

Quais os benefícios da fertirrigação?

Tanto do ponto de vista técnico quanto em relação à economia, a fertirrigação é capaz de oferecer importantes benefícios para a lavoura. Conheça os principais:

Melhora o aproveitamento de nutrientes

Quando o fertilizante sólido é aplicado no solo, é necessário esperar pela chuva ou pela irrigação para que ele penetre na terra, o que faz com que a penetração seja muito variável. Além disso, em alguns casos, os fertilizantes são espalhados em locais sem concentração de raízes, o que compromete a eficiência do produto.

Por outro lado, a solução utilizada na fertirrigação permite que os fertilizantes penetrem no solo de maneira uniforme e gradual, abrangendo todo o sistema radicular da planta. Como resultado,  a absorção e o aproveitamento dos nutrientes ocorre de forma mais rápida e eficiente. 

Reduz de perdas por lixiviação

Além de melhorar a absorção de nutrientes, a fertirrigação também contribui para reduzir as perdas por lixiviação. Isso porque os fertilizantes penetram no solo com maior eficácia e não ficam restritos às camadas superficiais do solo, o que aumenta o risco de lixiviação.

Evita a compactação do solo

O uso constante de máquinas e a movimentação de pessoas sobre o solo acabam gerando um processo gradual de compactação do solo. Os solos compactados apresentam fertilidade reduzida, menor capacidade de infiltração de água, limitação ao desenvolvimento de raízes, dentre outras características prejudiciais.

Como a fertirrigação é feita pelo processo de rega, é possível eliminar a necessidade de mão de obra e maquinários pesados para a adubação. Isso ajuda a contribuir com a conservação do solo e preservar sua capacidade produtiva.

Diminui custos operacionais

Em comparação com a aplicação convencional, a fertirrigação pode garantir uma maior economia ao produtor. O investimento para a implementação do sistema pode até ser significativo, mas é compensado pela economia com a mão de obra, maquinário e com os próprios fertilizantes. Caso já exista um sistema de irrigação previamente instalado, o investimento será consideravelmente menor.

Existem desvantagens?

Apesar de apresentar importantes benefícios, a fertirrigação também possui algumas desvantagens que precisam ser consideradas pelo produtor. Dentre elas, podemos destacar:

  • Cálculos precisos para quantificar as concentrações e doses dos fertilizantes;
  • Risco de entupimento do sistema de irrigação quando utilizado de forma incorreta;
  • Pode provocar salinidade devido ao uso excessivo de adubo.

Como realizar a fertirrigação?

Assim como na irrigação, a fertirrigação envolve uma série de atividades que exigem conhecimentos relativos à cultura, às condições de solo e ao manejo. Para obter os resultados esperados, a fertirrigação deve fornecer ao solo a quantidade de nutrientes ideais para atender à planta, especificamente no estágio em que se encontra. 

Por isso, o primeiro passo é o cálculo da quantidade total do nutriente  (QTN) que deve ser aplicado à cultura em seu ciclo. A necessidade de nutrientes para uma cultura é calculada pela seguinte fórmula:

QTN = QTNex – QTNs
          Ef 

Em que:

QTN = quantidade total do nutriente (kg);

QTNex = quantidade de nutrientes exportados pela planta (kg);

QTNs = quantidade de nutrientes a ser fornecido pelo solo (t);

Ef = eficiência da fertirrigação.

Em seguida, é preciso verificar quais são os melhores equipamentos, quais são as necessidades do solo e quais são os fertilizantes mais indicados para cada caso. Para isso, é importante consultar um profissional que possa ajudar você nesta tarefa.

Vale ressaltar que o início da fertirrigação somente deve ser feito após o sistema de irrigação estar pressurizado, válvula ou registro do setor abertos e pressão no cabeçal de controle dentro da estabelecida no projeto.

Além disso, é preciso estar atento à qualidade da água, solvente e carregador dos fertilizantes. Em relação à água, especificamente, deve-se analisar a possível presença de resíduos sólidos, pois eles podem causar entupimento.

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