Fixação biológica de nitrogênio: como os organominerais podem ajudar?

FBN

A adubação nitrogenada por meio de fertilizantes minerais é um dos fatores que mais aumentam os custos de produção, além de contribuir com a emissão de gases poluentes. Para mudar esse cenário, a fixação biológica de nitrogênio mostra-se como uma alternativa economicamente viável e sustentável à produção agrícola.

Este processo tecnológico faz parte do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas, visando à consolidação de uma economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura. O Brasil assumiu a responsabilidade de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9%, como parte do compromisso internacional.

Neste artigo, vamos explicar como a fixação biológica de nutrientes pode te ajudar nessa missão e contribuir com a redução de custos e o aumento de produtividade. Acompanhe!

Como é feita a fixação biológica de nitrogênio?

Apesar do gás de nitrogênio representar 78% da composição atmosférica, os organismos vivos – como as plantas – não conseguem absorvê-lo diretamente do ar, o que representa um fator limitante para a produção agrícola.

A fixação biológica de nitrogênio é uma das alternativas para disponibilizar esse nutriente essencial às plantas. Trata-se de um processo natural de interação planta-bactéria, que incorpora o nitrogênio disponível no ar ao mecanismo de nutrição das plantas.

Esse processo é mediado por procariotos (bactérias) que possuem um complexo enzimático denominado nitrogenase. As bactérias fixadoras biológicas de nitrogênio participam na circulação do nutriente através dos ecossistemas, capturando-o do ar e ajustando-se às necessidades das plantas

Nesse processo, ocorre a transformação do nitrogênio do ar (N2 ) – forma quimicamente estável do nitrogênio (N) – em estruturas assimiláveis pelas culturas agrícolas. De maneira simplificada, as bactérias retiram-no do ar como gás e libertam-no no solo.

No entanto, o processo não ocorre da mesma forma em plantas leguminosas – como soja e feijão – e nas gramíneas – como milho e arroz. Nas leguminosas, a fixação ocorre a partir da formação de estruturas radiculares conhecidas como nódulos. Já nas gramíneas, a fixação biológica de nutrientes é realizada por bactérias que vivem próximas às raízes ou no interior dos tecidos do vegetal.

Quais os benefícios?

A fixação biológica de nitrogênio é considerada uma das alternativas com melhor custo-benefício para a substituição do uso de nitrogênio mineral, considerando os custos e impactos ambientais. Sendo assim, a prática oferece importantes benefícios para o produtos, como:

  • Economia em nitrogênio mineral; 
  • Redução no custo de produção; 
  • Maior competitividade no mercado devido à sustentabilidade.

Como realizar a fixação biológica de nitrogênio em sua lavoura?

Na prática, existem duas maneiras para promover a fixação biológica de nitrogênio: por meio de culturas de cobertura e aumento da matéria orgânica presente no solo. Entenda melhor como cada uma delas contribui com esse processo!

Cultura de cobertura

Normalmente, as culturas de cobertura são utilizadas com a finalidade de criar uma camada de proteção no solo e melhorar a infiltração de água. No entanto, muitas leguminosas que são cultivadas como cultura de cobertura conseguem realizar a fixação biológica de nitrogênio.

Isso porque, como já citamos, nas leguminosas ocorre a formação de nódulos, nos quais se dá a fixação. Ou seja, o uso de leguminosas como adubos verdes permitem que haja a fixação de nitrogênio, fornecendo o nutriente para o solo e melhorando suas propriedades físicas, químicas e biológicas.

Matéria orgânica

Cerca de 90% da fixação biológica de nitrogênio natural que ocorre no planeta é biótica e acontece graças às bactérias presentes no solo. No entanto, na grande maioria das vezes, a quantidade desses microrganismos no solo não é suficiente para favorecer a produtividade agrícola.

É necessário adotar práticas que favoreçam a proliferação e a atividade desses microrganismos. A inoculação pode ser feita por meio de produtos formulados com grande presença de matéria orgânica, visando aumentar a presença das bactérias que farão a fixação biológica do nitrogênio.

Como os organominerais contribuem com a fixação biológica?

Para realizar a fixação biológica de nitrogênio, as bactérias necessitam de material energético. A matéria orgânica, junto com a água e oxigênio, é a principal fonte de energia para manter esses microrganismos vivos e ativos no solo.

Como a grande maioria dos solos brasileiros apresenta baixa quantidade de matéria orgânica, é necessário a utilização de insumos que favoreçam a microbiologia do solo. Os organominerais são ricos em matéria orgânica e podem ser grandes aliados para promover a atividade das bactérias responsáveis pela fixação biológica de nitrogênio.

A matéria orgânica fornecida por essa classe de fertilizantes atua como o combustível para preservar a vida e favorece o desenvolvimento de microrganismos benéficos para diferentes culturas.

A criação de um solo propício para as bactérias ocorre devido  aos demais benefícios que os organominerais oferecem ao solo. Esses insumos melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas, contribuindo para a construção de solos férteis, equilibrados, com boa porosidade e disponibilidade de nutrientes.
Quer saber mais sobre os benefícios dos organominerais? Acesse nosso blog e confira mais conteúdos!

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